Pela primeira vez meu cantinho mágico de atendimentos recebeu um trabalho de parto. Ela havia me ligado pela manhã, dizendo que estava com contrações. Eu sugeri que continuasse fazendo suas atividades, desse um passeio e tomasse um banho demorado sentada na bola e que me ligasse se as contrações aumentassem. Nós tínhamos uma massagem marcada para as 18hrs daquele dia e foi mais ou menos nesta hora que ela chegou, com cara de mãe, pernas abertas e andando meio estranho. Realmente ela estava com contrações, mas ainda fora de ritmo e um tanto suaves. Estava muito feliz e ansiosa por parir.
Iniciamos a Massagem Thai, quase sentada, pois já era bem difícil manter a posição deitada, devido às contrações. Então a posicionei encostada na bola e começamos a massagear as pernas, trazendo ritmo e entrega para aquele corpo, que aos poucos foi se entregando e conectando. A massagem nos levava ao encontro do ritmo e as contrações acompanhavam. Não demorou muito e as contrações começaram a vir como as ondas do mar, de 3 em 3 minutos, numa dança ritmada e sincrônica, as vezes bem intensas, outras nem tanto.
Nesta dança, entre ondas que passavam abrindo caminho para o nascimento da Liz, surgiram sentimentos, emoções, lágrimas de alegria, de medo, de transformação. No compasso entrou a confiança, a conexão, a segurança e a intuição. Às vezes abríamos um espaço na massagem para que o corpo recebesse as ondas e em seguida retomávamos os movimentos, como um respiro numa canção. A Massagem Thai ajudava a mergulhar fundo neste oceano interno, preparando o caminho para o nascimento de uma mãe e de um bebê. Ao fim da massagem estávamos prontas. Conectadas, fortes e confiantes na natureza. Esperando a chegada da Liz.
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