segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Relato de parto

Parto da Giovanna, nascimento do Thomas
Parto pélvico hospitalar

Dia 30.06 Thomas veio ao mundo com 2725 Kg por meio de um parto natural pélvico hospitalar.
Thomas (ainda sem nome) decidiu nascer em uma 2a- feira sem maiores avisos, pois eu mal tive contrações de treinamento. O único grande sinal foi ter perdido o tampão mucoso na véspera, mas como tinha lido bastante a respeito, sabia que aquilo podia não indicar muita coisa. Escrevi à minha doula e segui sossegada, estava fazendo curso de teatro, e naquela noite tivemos apresentação da nossa peça. Último dia de grávida 😉
No dia 30.06, por volta das 4:30, comecei a sentir dores que só depois me dei conta de que podiam ser contrações. Avisei novamente minha doula. O tempo foi passando e meu marido em dúvida se ia ou não trabalhar. Eu na maior tranquilidade - vai lá, esses prodromos podem durar semanas. Entretanto, 5 min antes dele sair a bolsa rompe e me molha. Sabia do cheiro de água sanitária e mudei a frase - olha, nosso filho vai nascer logo - rs
A reação dele foi a mesma de quando anunciei que seríamos pais, um sonoro: Uhu!
Nós não sabíamos nada, nem mesmo a posição do bebê, pois o us  e as consultas estavam marcados para o dia seguinte. Queríamos PD, mas minha obstetra não o faria se estivesse pelvico. Enfim... Eu não tinha nem ideia de onde ia parir.
Liguei pra minha doula.
Ela recomendou que meu marido não fosse trabalhar e que nós comêssemos e dormíssemos. Lógico que ninguém conseguiu dormir. Ainda mais porque precisei sair acordando todo mundo pra desmarcar os compromissos daquela semana.
Meu marido me fez um lanche e saiu pra resolver algumas pendências minhas. Quando retornou, ficamos aguardando minha médica chegar ao consultório enquanto ajeitávamos a casa para o possível PD.
Finalmente fomos à médica e ao toque: bebê pélvico.
OK - nada de PD. Optamos por tentar fazer a VCE antes de qualquer outra atitude.
Voltamos pra casa pra arrumar a "mala" de maternidade (sem qq ideia do q colocar dentro) e nem mala eu tinha.  Pegamos duas bolsas grandes com coisas pra mim e pro bebê e lá fomos nós pro São Luiz do Itaim. Quem teve que arrumar tudo foi meu marido, pois as contrações estavam ficando fortes e eu não estava conseguindo ajudar muito.
Avisamos minha doula e ela nos encontrou lá.
Demos entrada - lindo. Fizeram algumas perguntas e avaliações e me mandaram pra espera do us. Era ridículo, pois eu estava com contrações cada vez mais fortes e frequentes em meio a pacientes com us agendado. Minha doula tentava me ajudar a minimizar as dores naquele ambiente exposto, mas estava difícil.
Por fim conseguimos ir para o quarto aguardar o us. Meu marido conseguiu trazer uns pães de queijo e um suco, pois o pessoal do hospital não quis me dar comida pq eu estava com muita dor - hein?
Foram 4 horas em TP (contrações de 4 em 4 min) esperando pelo us de "emergência" escutando a enfermeira me chamar de corajosa. A verdade é que Minha médica precisou chegar já com os dois pés no peito pro us ser realizado: - se quiserem, ela vai parir no quarto... 
US feito, bebê pélvico e não muito grande. A essa altura a VCE já não seria uma boa pedida.
E agora? Cesárea ou parto pélvico?
Minha obstetra esclareceu que havia riscos, mas que se estivéssemos todos juntos nisso, ela encararia. Eu tinha uma convicção tão grande pelas meditações anteriores de que tudo correria bem que aceitei, meu marido me deu um super apoio e lá fomos nós.
Sala de pré-parto (que deveria se chamar closet) Fui pro chuveiro: entrei na partolândia - agachava, levantava, gemia, gritava. Minha doula ali comigo o tempo todo. Ela colocou mantras e músicas pra eu ouvir. Perdi a noção do tempo.
O cansaço foi chegando e ficando pesado - vontade de dormir. Quase fiz isso, mas minha doula não deixou. Quando eu já estava desistindo (sim, chega uma hora q vc não quer mais brincar de parir), minha Doula me acalmou: querida, a natureza é sábia. Quando vc está desistindo é porque está perto do bebê nascer. Ela estava certa.
Entre uma contração e outra, fomos "voando" até a sala de delivery.
De quatro como deve ser um parto pélvico. Uma mão dada com minha Doula, outra com meu marido e começa o expulsivo.
A dor estava tão intensa que eu comecei a ficar com pena de mim, isso atrapalhou e o espaçamento entre as contrações deixou minha médica preocupada, pois o bebê não podia ficar parado no meio do caminho. Porém, foi só ela me avisar que havia pedido soro com ocitocina  que eu tirei forças não sei de onde e disse pra mim mesma - ocitocina coisa nenhuma!
Círculo de fogo começou e de repente parou - não entendi nada, mas depois me esclareceram que ela (médica) empurrou o bebê de volta pra ele poder respirar e que o grande problema é o médico se desesperar e tentar puxar o bebê.
Voltando: círculo de fogo, agora com toda força e, como num suspiro, nasce Thomas às 19:57. Olhando tudo, sem chorar.
APGAR 8/10 e 9/10.
Tive uma pequena laceração e levei dois pontinhos que caíram em dez dias. 
A verdade é que nunca duvidei que conseguiria, mas mais que isso, foi uma experiência (dolorida) que eu não dispensaria passar. Hoje ainda me emociono com o apoio de meu esposo, com a ajuda e carinho da doula Thatiane, da humanidade e competência da obstetra Betina e do respeito que eu e meu filho tivemos - tudo ao tempo dele.

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